Com Davide Salvado e Rosi Leiro Jorge.Músicos: Henrique Péon e Pedro Calado

O Projeto

Davide Salvado é músico e cantor. Aprendeu a dançar nas aldeias da Galiza enquanto fazia recolhas. Rosi Leiro Jorge aprendeu a dançar desde pequena no Grupo Folclórico de Fiadeiro (Coruña).
Os bailadores são acompanhados por Henrique Péon na pandeireta e no canto e por Pedro Calado no tambor.

Este vídeo provem das recolhas do projeto Não Lugar (produção: Davide Salvado e Aitana Eanes).


Descrição da dança

A muinheira que se vê neste vídeo é composta por duas partes que se repetem – o “punto” e a “roda” – a alternância é realizada em função da parte vocal da música, ou seja, os bailadores começam o punto após a cantiga começar. Quando esta termina ao som de um “lalalala”, os bailadores sabem que podem passar à roda.
O punto é uma improvisação, ou seja, trata-se de um sequenciamento sempre diferente de vários passos base que um dos bailadores executa e que é repetido de seguida pelos outros bailadores.Este sequenciamento alterna o pé de apoio ao longo do punto.
A roda corresponde ao momento em que as duas linhas (a formação inicial desta dança) se transformam numa roda em movimento e um dos bailadores escolhe um passo base que é depois repetido pelos outros bailadores.

Porquê uma dança galega no site d'A Dança Portuguesa A Gostar Dela Própria? Porque mais do que identificar o que tem, ou não, raízes portuguesas, este projeto pretende reflectir sobre o que acontece HOJE em Portugal.
Um exemplo oriundo da Galiza leva-nos a duas perguntas:
- É português tudo o que hoje se encontra no território português? E incluem-se as práticas ligadas à imigração nos séculos passados ou nos tempos mais recentes, como foi o caso dos galegos?
- Como distinguir culturas a partir de fronteiras que antigamente não eram tão rígidas ou “nacionalistas” como são hoje? Como pensar a cultura em zonas raianas com Espanha? Faz sentido atribuir a origem apenas a um dos lados de uma fronteira virtual quando as pessoas circulam na raia desta?